O bar

Há ignorancia convivendo com sapiência,
o contraste do novo com o velho,
Há neste bar o que nunca muda através dos tempos...
A rotina das pessoas é dita resumidamente no balcão,
sem pudor, sem medida, desmedida a língua do homem e da mulher
que fala mais do que escuta. São casos e acasos que cercam o bar.
A moça que trabalha no balcão tem tantos sonhos quanto a moça que está na cozinha,
quanto o velho que bebe seu vinho tinto da colônia e senta sempre no mesmo
lugar, quanto os seus amigos de prosa e cantoria que bebem sempre as mesmas bebidas,
cantam sempre as mesmas músicas, com uma alegria inexorável...
Todos sonham, alguns acordados, alguns ao dormir, outros pensam que não sonham de tão céticos que são. O bar afungenta mágoas temporariamente, espanta mau humor,
tece amores platônicos, é testemunha de brigas fiasquentas, mata a fome do empregado da obra da rua próxima, satisfaz a vizinha que corre atrás de fofoca, encanta os olhos das crianças com os doces do balcão.

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