O velho


O velho na esquina
Sentado na calçada
No bar bebendo uma
No ônibus em pé
No banco da praça abandonado
Na fila do hospital, morrendo...
O velho escuta o novo barbarizar
Não diz nada
Só escuta
Sente vergonha do que ouve
Sente raiva do mundo
Se cala ao ver que o novo não lhe é indiferente
Se surpreende
Tem frio nas mãos
Tem dores nas juntas
Tem sonhos
Vive o pesadelo de sobreviver
Vivencia o fim do mundo
Sem sequer achar estranho
qualquer mudança brusca de temperatura
mesmo sabendo que o mundo morrerá disto

O velho sabe.

Comentários

  1. Me imagino daqui a dez anos ou mais, eu que vi nascer o computador, o celular e tantas outras coisas modernas, será que ainda me surpreenderei? Me surpreendo hoje ao ver jovens pajeados e (des)educados pela televisão cometendo barbaridades com indios, mendigos, dez contra um deles aos socos e pontapés e achando tudo isso normal.... só porquê o cara não é igual a eles, onde vai parar tudo isso? Com uma bomba atômica lançada por um Irã da vida sobre Israel? Com uma guerra na América Latina provocada por um louco como o Chávez? Que futuro terão meus netos em uma metrópole como Porto Alegre, ou Rio ou São Paulo?

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